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Angústia: Desvendando o Sentimento e Encontrando a Paz Interior

Você já sentiu aquele aperto no peito, uma sensação de vazio ou um mal-estar profundo que parece não ter uma causa específica, mas que consome sua energia e sua paz? Se a resposta for sim, você provavelmente já experimentou a angústia. Longe de ser apenas uma tristeza passageira ou um nervosismo comum, a angústia é um sentimento complexo, denso e muitas vezes paralisante, que nos confronta com a nossa própria existência e com as incertezas da vida. Ela nos coloca diante de um espelho, refletindo nossos medos mais profundos, nossas responsabilidades e a vastidão do desconhecido. Mas o que exatamente é a angústia? De onde ela vem? E, mais importante, como podemos navegar por suas águas turbulentas e, quem sabe, até encontrar um sentido nela?

Neste artigo, vamos mergulhar fundo no universo da angústia. Vamos desvendar suas raízes filosóficas e psicológicas, entender como ela se manifesta em nosso corpo e mente, identificar seus gatilhos mais comuns e, o mais crucial, explorar estratégias eficazes para lidar com ela. Nosso objetivo é oferecer a você não apenas conhecimento, mas também ferramentas e perspectivas que o ajudem a transformar essa experiência desafiadora em uma oportunidade de autoconhecimento e crescimento. Prepare-se para uma jornada de reflexão e descoberta, pois ao compreendermos a angústia, damos o primeiro passo para superá-la e construir uma vida mais plena e consciente.

O Que É Angústia? Desvendando um Sentimento Profundo

Para começar, é fundamental distinguirmos a angústia de outros sentimentos que, à primeira vista, podem parecer semelhantes, mas que possuem nuances importantes. Muitas vezes, confundimos angústia com ansiedade ou tristeza. Embora haja pontos de contato, a angústia possui uma qualidade existencial e um caráter de iminência que a tornam única.

A ansiedade, por exemplo, geralmente está ligada a uma preocupação com o futuro, com eventos específicos que podem ou não acontecer. Você se sente ansioso com uma prova, uma entrevista de emprego ou um compromisso importante. Há um objeto, mesmo que difuso, para a sua preocupação. A ansiedade é um estado de apreensão, uma antecipação de perigo ou dificuldade.

A tristeza, por sua vez, é uma resposta emocional a uma perda, decepção ou frustração. Ela tem um motivo claro: a perda de um ente querido, o fim de um relacionamento, um objetivo não alcançado. A tristeza é um luto, um pesar pelo que foi ou pelo que não será.

A angústia, no entanto, é diferente. Ela é mais visceral, mais difusa e, muitas vezes, sem um objeto claro. É um “mal-estar” que vem de dentro, um aperto no peito, uma sensação de sufocamento ou de vazio existencial. Filósofos e psicólogos a descrevem como uma experiência fundamental da condição humana, um sentimento que surge quando nos confrontamos com a nossa liberdade, com a nossa finitude, com a falta de sentido aparente ou com a responsabilidade de fazer escolhas em um mundo sem garantias. É a sensação de estar à beira de um abismo, sem saber se vai cair ou se vai conseguir voar.

É um sentimento que nos confronta com a nossa própria vulnerabilidade e com a ausência de um “chão” seguro. Ela não é apenas uma emoção; é uma experiência que abala as nossas estruturas, nos forçando a olhar para dentro e a questionar o que realmente importa.

As Raízes da Angústia: Uma Viagem pela Filosofia e Psicologia

A angústia não é um conceito novo; ela tem sido objeto de profunda reflexão ao longo da história da filosofia e da psicologia. Compreender suas diferentes interpretações nos ajuda a contextualizar e a lidar com essa experiência.

A Perspectiva Existencialista: Kierkegaard e Sartre

No campo da filosofia, a angústia ganhou destaque com os pensadores existencialistas. Para Søren Kierkegaard, o filósofo dinamarquês considerado o pai do existencialismo, a angústia é o “vertigem da liberdade”. Ele argumentava que a angústia surge quando nos confrontamos com a infinidade de possibilidades e com a responsabilidade de escolher. Não há um manual de instruções para a vida; somos nós que a criamos a cada decisão. Essa liberdade, embora seja a essência da nossa humanidade, também é a fonte de nossa angústia, pois cada escolha implica a renúncia de outras possibilidades e a assunção de suas consequências. É o peso de ser o autor da própria vida.

Jean-Paul Sartre, outro gigante do existencialismo, ecoou essa ideia ao afirmar que estamos “condenados a ser livres”. Para Sartre, a angústia é a consciência de que não há um Deus ou um destino predeterminado para nos guiar. Somos inteiramente responsáveis por nossas ações e pela criação de nossos próprios valores. Essa ausência de um “guia” externo e a total responsabilidade por nossa existência geram uma angústia profunda, pois não podemos culpar ninguém além de nós mesmos por quem nos tornamos. A angústia, nesse sentido, é a percepção da nossa total e radical liberdade.

A Visão Psicanalítica: Freud e Lacan

A psicanálise também oferece contribuições valiosas para a compreensão da angústia. Sigmund Freud, o pai da psicanálise, inicialmente via a angústia como uma descarga de libido reprimida. Mais tarde, ele a reformulou como um sinal de perigo, um alarme do ego diante de uma ameaça interna (como impulsos do id) ou externa. Para Freud, a angústia é um afeto que nos prepara para lidar com o perigo, seja ele real ou imaginário. A angústia neurótica, por exemplo, seria uma resposta a um perigo interno, inconsciente, que o indivíduo não consegue nomear.

Jacques Lacan, um psicanalista francês, aprofundou a compreensão da angústia ao associá-la à falta e ao desejo. Para Lacan, a angústia surge quando nos confrontamos com a falta de um objeto que preencha o nosso desejo, ou quando nos deparamos com a ausência de um “outro” que nos dê sentido. É a experiência do vazio, da incompletude, da ausência de algo que nos complete. A angústia, nesse sentido, não é o medo de algo, mas o medo de “nada”, do vazio que nos constitui.

Sintomas e Manifestações da Angústia

A angústia não é apenas um conceito abstrato; ela se manifesta de maneiras muito reais em nosso corpo, mente e comportamento. Reconhecer esses sinais é o primeiro passo para buscar ajuda e desenvolver estratégias de enfrentamento.

Manifestações Físicas: O Corpo Grita

A angústia pode ser sentida fisicamente de forma intensa, como se o corpo estivesse sob um ataque invisível. Você pode experimentar:

  • Aperto no peito ou na garganta: Uma sensação de sufocamento ou de que algo está comprimindo seu peito, dificultando a respiração.
  • Palpitações ou taquicardia: O coração parece disparar, mesmo em repouso, como se estivesse em uma corrida.
  • Dores de cabeça e tensão muscular: Principalmente na nuca, ombros e mandíbula, resultado da constante contração muscular.
  • Problemas gastrointestinais: Náuseas, dores de estômago, diarreia ou constipação, pois o sistema digestivo é altamente sensível ao estresse emocional.
  • Fadiga inexplicável: Mesmo dormindo bem, você se sente exausto, como se tivesse corrido uma maratona.
  • Tremores ou formigamento: Sensações estranhas nas extremidades, como mãos e pés.

Manifestações Emocionais e Cognitivas: A Mente em Turbilhão

No plano emocional e cognitivo, a angústia pode ser igualmente devastadora, afetando sua capacidade de pensar, sentir e interagir:

  • Sensação de vazio ou desamparo: Um buraco no peito, uma falta de sentido ou propósito na vida.
  • Irritabilidade e impaciência: Pequenos aborrecimentos se tornam grandes explosões de raiva.
  • Tristeza profunda e persistente: Diferente da tristeza comum, essa é uma melancolia que não passa, mesmo sem um motivo aparente.
  • Dificuldade de concentração e memória: Sua mente parece nebulosa, e é difícil focar em tarefas ou reter informações.
  • Pensamentos intrusivos e ruminação: Ideias negativas ou preocupações repetitivas que você não consegue afastar.
  • Medo irracional: Um pavor de algo desconhecido, uma sensação de que algo terrível vai acontecer a qualquer momento.
  • Despersonalização ou desrealização: Sentir-se desconectado de si mesmo ou do mundo ao redor, como se estivesse em um sonho.

Manifestações Comportamentais: Mudanças no Cotidiano

A angústia também pode alterar significativamente seu comportamento e suas interações sociais:

  • Isolamento social: Perda de interesse em atividades que antes davam prazer e afastamento de amigos e familiares.
  • Inquietação ou agitação: Dificuldade em ficar parado, uma necessidade constante de se mover ou fazer algo.
  • Evitação: Fugir de situações, pessoas ou lugares que possam desencadear ou intensificar a angústia.
  • Alterações no sono e apetite: Insônia ou sono excessivo, perda ou aumento significativo do apetite.
  • Procrastinação: Dificuldade em iniciar ou concluir tarefas, mesmo as mais simples.

É importante lembrar que a intensidade e a combinação desses sintomas variam de pessoa para pessoa. Se você se identifica com muitos desses sinais e eles estão impactando sua qualidade de vida, é um forte indicativo de que a angústia pode estar presente e que buscar ajuda profissional é um passo fundamental.

Gatilhos Comuns da Angústia: O Que Acende a Chama?

Embora a angústia possa parecer surgir do nada, muitas vezes ela é desencadeada por eventos ou situações específicas que nos confrontam com nossa vulnerabilidade, finitude ou com a ausência de controle. Identificar esses gatilhos pode ser um passo importante para entender e lidar com o sentimento.

  • Perda e Luto: A morte de um ente querido, o fim de um relacionamento, a perda de um emprego ou até mesmo a perda de uma identidade (como a transição de um papel para outro, por exemplo, de profissional ativo para aposentado) podem desencadear uma angústia profunda. A perda nos confronta com a finitude e com a ausência, gerando um vazio que pode ser avassalador.
  • Incerteza e Desconhecido: Vivemos em um mundo em constante mudança, e a falta de controle sobre o futuro é uma fonte poderosa de angústia. Mudanças de carreira, crises econômicas, problemas de saúde inesperados ou até mesmo a simples imprevisibilidade da vida podem nos lançar em um estado de apreensão existencial. A incapacidade de prever ou controlar os acontecimentos futuros nos lembra da nossa fragilidade.
  • Grandes Transições de Vida: Momentos de transição, mesmo que positivos, como o casamento, a chegada de um filho, a mudança para uma nova cidade ou o início de uma nova fase da vida, podem ser acompanhadores de angústia. Essas transições nos forçam a redefinir quem somos e nosso lugar no mundo, gerando incertezas e o peso de novas responsabilidades.
  • Crises Existenciais: Em algum momento da vida, muitos de nós nos deparamos com perguntas fundamentais: Qual o sentido da minha vida? Qual o meu propósito? Quem eu realmente sou? Essas questões, embora essenciais para o autoconhecimento, podem ser extremamente angustiantes, especialmente se não encontramos respostas imediatas ou se as respostas que encontramos nos parecem insatisfatórias.
  • Trauma e Experiências Dolorosas: Eventos traumáticos, como acidentes, abusos, violência ou desastres naturais, podem deixar cicatrizes profundas que se manifestam como angústia. O trauma abala nossa sensação de segurança e controle, e a angústia pode ser uma resposta persistente à memória ou ao resquício daquela experiência dolorosa.
  • Pressões Sociais e Expectativas: A sociedade moderna impõe uma série de expectativas sobre o que devemos ser, ter e fazer. A pressão para ser bem-sucedido, bonito, feliz o tempo todo, ou para se encaixar em determinados padrões, pode gerar uma angústia constante. O medo de não ser “bom o suficiente” ou de não atender a essas expectativas pode ser esmagador.
  • Solidão e Isolamento: Embora a angústia seja uma experiência individual, a solidão e a falta de conexão social podem intensificá-la. Sentir-se desconectado dos outros, sem um sistema de apoio, pode amplificar a sensação de desamparo e vazio.

Entender esses gatilhos não significa que podemos evitá-los completamente, mas sim que podemos nos preparar melhor para lidar com eles, desenvolvendo resiliência e estratégias de enfrentamento mais saudáveis.

O Impacto da Angústia na Vida Diária

A angústia não é um sentimento que se restringe ao nosso mundo interior; ela se espalha e afeta diversas áreas da nossa vida, comprometendo nosso bem-estar e nossa capacidade de funcionar plenamente. Quando persistente e intensa, ela pode se tornar um obstáculo significativo.

Relações Interpessoais: O Afastamento

A angústia pode corroer a base dos seus relacionamentos. A irritabilidade, o isolamento e a dificuldade de se comunicar podem afastar amigos e familiares. Você pode se sentir incompreendido, ou ter medo de “pesar” nos outros com seus sentimentos, levando ao autoisolamento. Isso cria um ciclo vicioso: a angústia leva ao isolamento, que por sua vez intensifica a angústia.

Desempenho Profissional e Acadêmico: A Queda

A dificuldade de concentração, a fadiga e a falta de motivação, sintomas comuns da angústia, impactam diretamente sua produtividade. Tarefas que antes eram simples se tornam montanhas intransponíveis. Você pode perder prazos, cometer erros, ou simplesmente não conseguir iniciar o trabalho. Isso pode levar a problemas no emprego, queda no desempenho acadêmico e, consequentemente, mais angústia.

Saúde Física: O Corpo Sob Estresse

O estresse crônico causado pela angústia tem um impacto direto na sua saúde física. O sistema imunológico pode ficar enfraquecido, tornando-o mais suscetível a doenças. Problemas como insônia, dores crônicas, distúrbios digestivos e até mesmo condições cardiovasculares podem ser agravados ou desencadeados por um estado prolongado de angústia. É como se seu corpo estivesse em constante estado de alerta, exaurindo seus recursos.

Saúde Mental: O Caminho para Outros Transtornos

Se não for tratada, a angústia pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de outros transtornos mentais, como depressão, transtornos de ansiedade (incluindo o transtorno do pânico) e até mesmo transtornos alimentares. Ela pode levar a um ciclo de pensamentos negativos e desesperança, tornando a recuperação ainda mais desafiadora.

É crucial reconhecer que a angústia não é um sinal de fraqueza, mas sim um sinal de que algo precisa ser olhado e cuidado. Ignorar seus impactos é permitir que ela se enraíze ainda mais em sua vida.

Navegando pela Angústia: Estratégias de Enfrentamento

Lidar com a angústia é um processo contínuo que exige autoconsciência, paciência e a adoção de estratégias saudáveis. Não existe uma “cura” mágica, mas sim um conjunto de práticas que podem ajudar a mitigar seus efeitos e a transformar a experiência.

Mecanismos Não Saudáveis: O Que Evitar

Muitas vezes, na tentativa de fugir da dor da angústia, recorremos a comportamentos que oferecem alívio temporário, mas que a longo prazo só agravam o problema. É crucial reconhecer e evitar esses mecanismos:

  • Evitação e Fuga: Ignorar o problema, procrastinar, ou se refugiar em atividades que nos distraem, como o uso excessivo de redes sociais, jogos, ou trabalho compulsivo. Isso apenas adia o confronto com o sentimento.
  • Abuso de Substâncias: Recorrer ao álcool, drogas ou medicamentos sem prescrição para “anestesiar” a dor. Isso cria uma dependência e agrava a saúde física e mental.
  • Isolamento Social Extremo: Afastar-se de amigos e familiares, recusando ajuda e apoio. A solidão intensifica a angústia.
  • Comportamentos Compulsivos: Comer em excesso, gastar descontroladamente, ou outros vícios que servem como uma forma de preencher o vazio ou controlar a dor.

Estratégias Saudáveis: Construindo Resiliência

Em contraste com os mecanismos de fuga, existem abordagens proativas e construtivas que podem ajudar você a enfrentar a angústia de frente e a desenvolver maior resiliência:

1. Autoconsciência e Aceitação

  • Nomeie o Sentimento: Reconheça que o que você está sentindo é angústia. Dizer “Estou sentindo angústia” em vez de “Estou mal” pode ajudar a desmistificar e a começar a lidar com ela.
  • Permita-se Sentir: Em vez de lutar contra a angústia, permita-se senti-la. Ela é uma parte da experiência humana. Respire fundo, observe as sensações em seu corpo sem julgamento. Lembre-se: sentimentos vêm e vão.
  • Diário de Emoções: Escrever sobre o que você sente, sem censura, pode ser uma ferramenta poderosa para processar a angústia e identificar padrões ou gatilhos.

2. Conexão Mente-Corpo

  • Mindfulness e Meditação: Práticas de atenção plena podem ajudar a ancorar você no presente, reduzindo a ruminação sobre o passado ou a preocupação com o futuro. Concentre-se na sua respiração, nas sensações do corpo, nos sons ao seu redor.
  • Atividade Física Regular: Exercícios liberam endorfinas, que são neurotransmissores que promovem bem-estar. Uma caminhada, corrida, yoga ou qualquer atividade que você goste pode ser um excelente alívio para a tensão acumulada.
  • Sono de Qualidade: Priorize um sono reparador. Crie uma rotina relaxante antes de dormir e evite telas. Um corpo descansado tem mais recursos para lidar com o estresse emocional.
  • Alimentação Balanceada: Uma dieta rica em nutrientes e equilibrada contribui para a saúde mental. Evite excesso de cafeína e açúcar, que podem agravar a ansiedade e a angústia.

3. Conexão Social e Apoio

  • Converse com Alguém de Confiança: Compartilhar seus sentimentos com um amigo, familiar ou parceiro pode aliviar o peso da angústia. Sentir-se compreendido e apoiado é fundamental.
  • Participe de Grupos de Apoio: Conectar-se com pessoas que estão passando por experiências semelhantes pode ser incrivelmente validante e oferecer novas perspectivas e estratégias.
  • Engaje-se em Atividades Sociais: Mesmo que não sinta vontade, force-se a participar de atividades sociais. A interação humana é vital para o bem-estar.

4. Busca de Propósito e Significado

  • Defina Pequenos Objetivos: Ter metas, mesmo que pequenas, pode dar um senso de propósito e direção. Concluir uma tarefa, aprender algo novo, ou ajudar alguém.
  • Voluntariado: Ajudar os outros pode desviar o foco de si mesmo e proporcionar um senso de significado e gratidão.
  • Expressão Criativa: Pintar, escrever, tocar um instrumento, dançar – a arte pode ser uma poderosa forma de expressar e processar emoções complexas.

Quando Buscar Ajuda Profissional?

É fundamental reconhecer que, em muitos casos, a angústia é um sinal de que precisamos de apoio especializado. Se a angústia é persistente, intensa, interfere significativamente na sua vida diária, ou se você sente que não consegue lidar com ela sozinho, é hora de procurar um profissional de saúde mental.

Sinais de Alerta:

  • A angústia dura semanas ou meses e não melhora.
  • Você tem dificuldade em realizar tarefas básicas do dia a dia (trabalho, higiene pessoal, alimentação).
  • Você se isolou completamente de amigos e familiares.
  • Há pensamentos de desesperança, inutilidade ou, em casos extremos, pensamentos de automutilação ou suicídio.
  • Você está usando substâncias (álcool, drogas) para lidar com a dor.

Quem Procurar?

  • Psicólogo: Um psicólogo pode oferecer terapia, como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), a terapia psicodinâmica, a terapia existencial ou outras abordagens que o ajudarão a explorar as raízes da sua angústia, a desenvolver estratégias de enfrentamento e a mudar padrões de pensamento e comportamento.
  • Psiquiatra: Um psiquiatra é um médico especializado em saúde mental que pode diagnosticar e tratar condições psiquiátricas. Ele pode prescrever medicamentos (como antidepressivos ou ansiolíticos) se considerar necessário, especialmente em casos de angústia severa ou quando há comorbidades como depressão ou transtornos de ansiedade.

Lembre-se, buscar ajuda profissional não é um sinal de fraqueza, mas sim de coragem e autoconsciência. É um investimento na sua saúde e bem-estar, e o caminho para uma vida mais equilibrada e plena.

Vivendo com Angústia e Encontrando Significado

A angústia, embora dolorosa, não precisa ser vista apenas como uma inimiga. Muitos filósofos e psicólogos argumentam que ela pode ser uma poderosa catalisadora para o autoconhecimento e o crescimento. Ao nos confrontar com as verdades mais profundas da existência – nossa liberdade, nossa finitude, a ausência de um sentido predeterminado – a angústia nos força a questionar, a refletir e a buscar nossas próprias respostas.

Ela pode ser o empurrão que precisamos para reavaliar nossas prioridades, mudar de direção, ou buscar um propósito mais autêntico. É no confronto com o vazio que muitas vezes encontramos a motivação para preenchê-lo com o que realmente importa para nós. A angústia nos lembra que somos seres finitos, mas também nos convida a viver com mais intensidade e significado o tempo que temos.

Desenvolver resiliência não significa eliminar a angústia, mas sim aprender a navegar por ela. Significa reconhecer que ela faz parte da experiência humana, e que, ao invés de fugir, podemos aprender com ela. Podemos encontrar força na vulnerabilidade, sabedoria na incerteza e beleza na imperfeição da vida. Ao abraçar a angústia como uma parte intrínseca da nossa jornada, abrimos espaço para uma compreensão mais profunda de nós mesmos e do mundo ao nosso redor, pavimentando o caminho para uma paz interior que não depende da ausência de desafios, mas da nossa capacidade de enfrentá-los com coragem e consciência.

Conclusão

A angústia é um dos sentimentos mais complexos e desafiadores que podemos experimentar. Ela nos confronta com as verdades mais profundas da nossa existência: nossa liberdade, nossa responsabilidade, nossa finitude e a inerente incerteza da vida. Longe de ser uma simples tristeza ou ansiedade, a angústia é um mal-estar visceral que pode paralisar e afetar todas as áreas da nossa vida, desde as relações pessoais até a saúde física e mental.

No entanto, como vimos, compreender a angústia é o primeiro passo para desarmá-la. Ao reconhecer seus sintomas, identificar seus gatilhos e, principalmente, ao adotar estratégias de enfrentamento saudáveis – como a autoconsciência, a conexão mente-corpo, o apoio social e a busca por propósito – podemos transformar essa experiência dolorosa em uma oportunidade de crescimento. Lembre-se, você não está sozinho nessa jornada. Buscar ajuda profissional, seja de um psicólogo ou psiquiatra, é um ato de coragem e um investimento valioso em seu bem-estar. A angústia pode ser uma professora rigorosa, mas ao enfrentá-la com consciência e apoio, você pode não apenas sobreviver, mas florescer, encontrando uma paz interior que reside não na ausência de desafios, mas na sua capacidade de abraçar a plenitude da sua existência.

Perguntas Frequentes

Qual a diferença entre angústia e ansiedade?

A angústia é um sentimento mais difuso e existencial, muitas vezes sem um objeto claro, ligada à nossa liberdade, finitude e responsabilidade. É um aperto no peito, um vazio. A ansiedade, por outro lado, geralmente está ligada a uma preocupação com eventos futuros específicos ou perigos iminentes, mesmo que imaginários, e tem um foco mais definido.

A angústia é sempre negativa?

Embora seja um sentimento desconfortável, a angústia não é necessariamente negativa. Filósofos existencialistas a veem como uma experiência fundamental que nos confronta com nossa liberdade e nos impulsiona ao autoconhecimento e à busca por sentido. Ela pode ser um catalisador para mudanças e crescimento pessoal, forçando-nos a reavaliar nossas vidas e prioridades.

Como posso ajudar alguém que está sentindo angústia?

A melhor forma de ajudar é oferecer escuta ativa e empática, sem julgamentos. Valide os sentimentos da pessoa, mostre que você se importa e que ela não está sozinha. Incentive-a a buscar ajuda profissional (psicólogo ou psiquiatra) e ofereça apoio prático, como acompanhá-la a consultas, se for o caso. Evite minimizar o sofrimento ou dar conselhos simplistas.

A angústia pode levar a problemas de saúde física?

Sim, a angústia prolongada e intensa pode ter um impacto significativo na saúde física. O estresse crônico associado à angústia pode enfraquecer o sistema imunológico, causar problemas gastrointestinais, dores musculares, dores de cabeça, alterações no sono e no apetite, e até mesmo agravar condições cardiovasculares. É crucial cuidar da saúde mental para proteger a saúde física.

É possível viver sem sentir angústia?

Não, a angústia é considerada por muitos como uma parte inerente da condição humana, especialmente quando nos confrontamos com a liberdade, a responsabilidade e a finitude da vida. O objetivo não é eliminá-la completamente, mas sim aprender a compreendê-la, a lidar com ela de forma saudável e a transformá-la em uma força para o crescimento pessoal. É possível viver uma vida plena e significativa mesmo com a presença ocasional da angústia.

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